Ele gostava de explicar pra ela coisas sobre a vida, sobre os relacionamentos, sobre as inter-relações. Ele curtia contar como era o funcionamento do corpo, do carro, do mato. Como ela deveria se atrever a certas coisas e quando não deveria dizer ou fazer absolutamente nada: no máximo sim ou não.
Não que ela não soubesse, mas era bom o tal de ser cuidada, orientada quantas vezes fossem necessárias. E recorreu inúmeras vezes ao abraço pronto, a voz ora doce, ora apreensiva, mas sempre direcionadora.
Alice era independente e dona, muito dona do seu próprio nariz arrebitado. Até arrogante, poderiam dizer. Mas o manto daquele colo lhe trazia um calor cálido, um amor não expresso, mas nítido nas “não palavras” mais expressas do cuidado.
E ele, cuidador dela, era um anjo sem asas cheio de acalanto, frases secas que terminariam sempre num doce entrelaçar as vezes incapaz do dizer eu “te amo, menina chata”.
É, ela era a menina dele. Eternamente o seria. Ele diria que não, que as escolhas da vida seriam sempre dela, mas nada como uma ligação com o tal do “preciso de você. Agora”. - Sempre, prontamente atendida.
E, pra Alice o nome disso era gratidão, sem mais ver.
E dizia agora: Obrigada, obrigada, obrigada!
sábado, 15 de dezembro de 2018
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Janela da alma... E sombra.
