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Alice e sua Sombra

Alice não é Ágata.
Alice não é Renata, Débora, Aline, Ana e muito menos Carolina.
Alice não é bailarina, professora de forró, santa ou indulgente.
Alice é só Alice mesmo. E mais nada.
Por enquanto...

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Alice em Quarentena



Precisava exalar aquela energia toda tão desconcertante. Vinha em formato de angustias, choros, aflições, alegrias e, enfim, saudades.

É que, na verdade, a única live de que participou foi a do seu próprio show, ao som de uma playlist dos anos 90, cantou e dançou para seu gato. Foi admiravelmente ignorada.

Fez velas aromáticas, doces de travessa, sabonete líquido, lasanha de cogumelos, cestos de vime, diy´s diversos com corda de sisal. Já tinha cortado os cabelos com apoio do espelho. Não sabia mais onde estavam os cadarços do tênis de corrida. Também não procurou.

Percebeu: a quanto tempo não passava um perfume! Era estar em si inclusive no cheiro bom de nostalgia. Experimente cheirar o próprio braço. Vai perceber em si um cheiro bom de estar.

Quando o tempo parou nela. “Prela” ficar nela. Reparar o rumo. Acertar o leme.  Popa. Proa.

Andava cansada de ficar indignada. Mas tão cansada que preferia alimentar seus próprios contentos.

Continuar vivendo, só que em silêncio. Ninguém precisava atesta-la. Estava ali. No momento em que os segundos eram enormes e os dias esvaiam sutilmente. Tão sutilmente que, se observasse com atenção, “botando bastante reparo”, poderia ver o tic-tac do tempo passar, a olhos vistos.

Melhor orientar a sua concentração, estado permanente de centralização em si.

Ordinário?

Perceber-se casa, acolhida de jornada: Saber-se sua própria matéria prima!

E, vez em quando, se admirava: “Tem gente que insiste em gostar da gente mesmo quando não damos motivos. O que essas pessoas veem na gente? Ah! Certamente a gente deveria ver também”.

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Janela da alma... E sombra.

Janela da alma... E sombra.

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