Então eu peguei o telefone e te liguei.
Falamos banalidades. Falamos sobre a conta de telefone que está em seu nome e que precisamos cancelar, falamos sobre como está a família, sobre os últimos eventos e acontecimentos...
E falamos, também, de coisas muito importantes. Falamos do tempo que desmoronou nossa ponte, da nossa tentativa de reconstruí-la amigavelmente. Falamos sobre família, sobre o tempo da família. Falamos, mesmo que indiretamente, sobre mágoa. Falamos sobre decepção. Sobre o abandono.
Eu que te liguei. Mas minhas pernas não ficaram bambas, minhas mãos não estavam geladas. Consegui te contar dos meus novos projetos e você conseguiu ouvir sobre eles. E comentar.
Durante toda a ligação eu conversei com você como se conversasse com um velho amigo. E você mais respondia do que perguntava. Era eu quem conduzia a conversa. E eu quem decidiria quando ela seria encerrada.
Só depois de falarmos sobre ausência, sobre reencontro, sobre o que se fala quando há uma reconstrução. E falamos. Nos respeitamos. Combinamos.
Desligamos.
Fui tomar banho, comer alguma coisa, olhar meus e-mails, qualquer coisa. Não importa.
Foi tão... Tão normal pra mim que acabei descobrindo que é você que tem medo e receio de não ser aceito novamente. Isso é uma pena pra você. Porque nossas histórias são diferentes e eu não luto mais por sua admiração. Seria bem vinda, claro, mas não necessária. Já pra você, a quebra desta ponte não desfaz o fio comprido do amor inabalável.
É uma pena que tenha dúvidas. Mas nada posso fazer.
Caso não se lembre: foi você que me abandonou. Porque quis. E me deu O TEMPO. Pra curar ferida. E pra curar a falta. Então agora é a sua vez de terminar de consertar a ponte que se quebrou.
Os meus caminhos são tantos que posso escolher ir e vir. Se deixar a ponte pronta, me avise. Me convide.
Aí vou te visitar.
Deus me livre de ouvir isso de uma mulher! Chegou até requintes de crueldade rsrs. Bjus.
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